Os diamantes de Serra Leoa deixaram de financiar atividades de grupos armados para fazer parte da rota legal do comércio internacional de pedras preciosas. A conclusão está na segunda edição da Revisão Anual sobre a Indústria de Diamantes de Serra Leoa editada pelas organizações Parceria África/Canadá (de Ottawa) e Rede Movimento pela Justiça e Desenvolvimento, de Freetown, capital de Serra Leoa.
O país, cujo nome já foi sinônimo de diamantes de guerra, vem aumentando a transparência das suas exportações mas, segundo o relatório, ainda tem um longo caminho a percorrer antes que os lucros com as pedras preciosas beneficiem toda a população.
As organizações reconhecem o esforço do Departamento do Ouro e Diamantes que avalia e tributa as pedras para exportação em dar ao negócio “transparência e profissionalismo sem precedentes em outras instituições do país”.
As exportações de diamantes pelo país quase duplicaram, passando de US$ 74 milhões em 2003 para US$ 126 milhões em 2004. O fato se deve, no entanto, mais a fatores externos - como o Processo Kimberly - que forçaram as vendas das pedras aos canais legais do que ao combate à extração ilegal e ao contrabando. Segundo o documento, algo entre US$ 30 milhões e US$ 170 milhões em pedras foi contrabandeado para fora do país no ano passado.
Até o fim da guerra civil, três anos atrás, o governo não lucrava praticamente nada com o comércio de diamantes. As pedras eram usadas para financiar a compra de armas e drogas usadas na guerra.
Outro fator que contribuiu para a legalização dos diamantes, foi o fechar da rota usada tradicionalmente para o contrabando das pedras através da fronteira com a Libéria após a queda do ex-presidente liberiano Charles Taylor.
Ainda segundo o documento, a população também foi beneficiada já que pôde retornar para o trabalho de extração sem ser ameaçada já que as principais reservas eram controladas pelas milícias armadas.
A extração artesanal da pedra bruta responde por 90% da produção nacional e é a segunda maior fonte de subsistência depois da agricultura familiar. Hoje, existem cerca de 120 mil pessoas a trabar nas minas fluviais – sendo dez mil crianças. Pouquíssimas, no entanto, enriquecem.
O comércio das pedras é controlado pela comunidade libanesa que vive no país e a extração das pedras brutas em locais profundos está nas mãos de apenas uma empresa. Mas o governo de Serra Leoa afirma que existem várias companhias internacionais a fazerem preparativos para operar no país.
Objectivos
Este blog tem o objectivo primário de ser um complemento à minha avaliação. Decidi portanto escolher um tema que falasse sobre diamantes e as mortes que deles derivam, para que desta forma os consumidores desta pedra preciosa sejam sensibilizados a saber se os diamantes que irão consumir são originários de zonas de conflito e assim evitar consumir os mesmos. Para todas as outras pessoas este blog tem o objectivo de as alertar para um problema que existe mas que muitas vezes não é devidamente referênciado, o que faz com que muitos de nós ainda estajamos na ignorância em relação a este assunto.
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