Objectivos

Este blog tem o objectivo primário de ser um complemento à minha avaliação. Decidi portanto escolher um tema que falasse sobre diamantes e as mortes que deles derivam, para que desta forma os consumidores desta pedra preciosa sejam sensibilizados a saber se os diamantes que irão consumir são originários de zonas de conflito e assim evitar consumir os mesmos. Para todas as outras pessoas este blog tem o objectivo de as alertar para um problema que existe mas que muitas vezes não é devidamente referênciado, o que faz com que muitos de nós ainda estajamos na ignorância em relação a este assunto.







sexta-feira, 12 de março de 2010

África detém 60% do mercado mundial de diamantes

Segundo o jornal Sol, a cidade de Luanda assume-se como a capital africana dos diamantes com a constituição da Associação dos Países Africanos Produtores de Diamantes (ADPA), que pretende dar ao continente uma voz activa na definição da estratégia mundial do sector.

A ideia da criação da ADPA foi lançada pelo presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no início deste ano, numa altura em que Angola inaugurou uma fábrica de lapidação e está a aumentar a sua produção diamantífera, num esforço para se assumir como um dos maiores produtores mundiais.
A produção de diamantes em Angola ultrapassou seis milhões de quilates em 2005, deve atingir 10 milhões no final deste ano e estima-se que suba para 19 milhões em 2009.

A posição de Angola no sector permitiu-lhe recolher rapidamente a concordância generalizada dos países africanos produtores para a criação de uma associação, que também vai englobar países que, apesar de não produzirem, mantêm uma relação estreita com o comércio de diamantes.
Por essa razão, a cerimónia de constituição da associação, que se realiza sábado em Luanda, contará com a presença de cerca de duas dezenas de países, entre os quais o Botsuana, que é o maior produtor mundial destas pedras preciosas.



A ADPA, que representa a maioria da produção diamantífera mundial, poderá desempenhar um papel importante na definição dos preços no mercado, tendo João Miranda admitido que a organização se deve «afirmar como um fórum de consulta sobre a forma como os países devem cooperar no mercado».
A associação surge numa altura em que o aumento da procura de diamantes na Índia e na China provocou uma subida de 12% no preço destas pedras preciosas no mercado internacional, o que demonstra a importância da concertação entre países produtores.
Por outro lado, a criação da ADPA permitirá que estes países se afirmem como uma «forma de pressão» sobre as empresas que comercializam diamantes, tendo em vista o combate ao tráfico ilegal, que continua a representar uma parte significativa do comércio neste sector.
«As grandes companhias consumidoras de diamantes compram sem qualquer pejo (diamantes ilegais), apesar das medidas de protecção que foram criadas» , denunciou o chefe da diplomacia angolana.
Recentemente, as Nações Unidas divulgaram um relatório onde se refere que diamantes oriundos da Costa do Marfim continuam a ser comercializados no mercado internacional, servindo como fonte de financiamento para as forças rebeldes.
Angola, que é actualmente o sexto maior produtor mundial de diamantes, também viveu este problema durante o conflito armado, quando as forças da UNITA ocuparam as principais zonas diamantíferas do país.
Para travar a venda dos denominados 'diamantes de sangue', foi lançado há cerca de quatro anos o Processo de Kimberley, que define regras para a certificação dos diamantes comercializados no circuito internacional, mas o problema ainda está longe de ser resolvido.
Numa tentativa de contribuir para inverter a situação, a APDA, apesar de se assumir como uma organização de países produtores, pretende trabalhar em conjunto com as principais empresas diamantíferas, tendo assegurado o envolvimento, entre outras, da De Beers, a multinacional sul-africana que domina o mercado mundial.
A ilicitude relacionada com os diamantes é sempre um aspecto clandestino do negócio e nenhuma empresa digna desse nome quer ser associada a essa imagem, prefere estar ligada à transparência, defendeu João Miranda, manifestando a convicção de que as empresas do sector não podem ficar indiferentes a esta questão.
Todas estas questões relativas à produção e comercialização de diamantes devem constar da Declaração de Luanda, que será aprovada sábado na reunião ministerial que formalizará a constituição da ADPA.
Os ministros dos países membros vão também aprovar os estatutos da associação, que terá como órgão máximo o Conselho de Ministros, cuja presidência será rotativa, apoiado no Comité de Peritos.
A gestão da organização será assegurada por um secretário executivo, um cargo profissionalizado cujo titular será escolhido pelos estados membros entre as várias opções que forem apresentadas.
A APDA terá como membros Angola, África do Sul, Argélia, Botsuana, República do Congo, Costa do Marfim, Gabão, Gana, Guiné Conacri, Lesoto, Libéria, Líbia, Mali, Mauritânia, Namíbia, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Serra Leoa, Tanzânia, Togo e Zimbabué.
A cerimónia de constituição formal da associação contará com a presença de uma delegação da União Africana.

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